Na minha vida pessoal, sempre que eu me deparo com um novo tema de estudo eu busco entender a essência do mesmo, e principalmente, o início de tudo, na tentativa de descobrir motivos e fatores que fizeram alguém um dia explorar e se dedicar a ele. De certa forma isso traz ainda mais entusiasmo e expectativa para eu aprofundar meus estudos. E é esse espírito que eu quero transmitir a vocês leitores que nos prestigiam e buscam aqui neste canal agregar conhecimento e experiência de maneira bem didática e descontraída.
E é por isso que neste artigo eu tenho o prazer de apresentar a vocês os primeiros registros históricos da Análise Técnica, que vão muito além do que imaginamos.
Em 1600 surge o Candelabro Japonês, mais conhecido como Candlestick (abordado futuramente em nossa série de artigos). Este método surgiu com a necessidade de uma análise do preço dos contratos de arroz negociados à época. Em 1880, surge o gráfico ponto e figura, e em seguida, em 1884 a primeira teoria, elaborada por Charles Henry Dow (Teoria de Dow). Já em 1938 surge o conjunto de teorias das ondas de Elliott (Ralph Nelson Elliott) com o conceito de que os movimentos dos preços dos ativos negociados se comportavam de formas cíclicas formando padrões geométricos.
Na análise fundamentalista levantamos a informação “do que” e “o porquê” comprar determinado ativo, porém não há indicação do melhor momento para isso, o famoso “quando”, já abordado em nosso primeiro artigo. A primeira resposta da pergunta “quando comprar?” começou a ser ensaiada após a publicação dos primeiros estudos de Dow, que afirmavam:
- Os índices descontam tudo – Os índices refletem e incorporam todos os eventos ocorridos ou previsíveis que podem afetar o preço de determinado ativo (divulgação de resultados, notícias, acidentes, etc);
- Os preços dos ativos seguem tendências de altas ou de baixas, que podem ser primárias, secundárias e terciárias, dependendo de suas características e duração.
O principal objetivo da Análise Técnica é justamente estudar estas tendências que se estabelecem de acordo com o comportamento dos preços dos ativos com o intuito de prevê-las e dessa maneira utilizá-las como forma de obter maiores retornos em nossas carteiras.
Uma das maiores críticas à análise técnica gira em torno da dificuldade que temos em analisar o início e o final de uma tendência, já que existe uma necessidade de confirmação das mesmas.
O assunto do nosso próximo artigo será justamente entender o que é uma tendência e quais as maneiras que nós podemos identificá-las. Até aqui conversamos bastante sobre a história e a aplicabilidade do tema e demos alguns passos tímidos nas teorias em si. Em nosso próximo encontro colocaremos a mão na massa e ensaiaremos nossos primeiros gráficos. Espero que vocês continuem conosco! Até a próxima.
Um pensamento em “O que a história de uma ação na bolsa tem a dizer?”