LUCRO ou PESSOAS, o que vale mais?

É muito triste ver uma tragédia como a que aconteceu em Santa Maria, mas mais triste ainda é saber que a causa raiz desta tragédia é a falta de Educação Financeira em nossa cultura! Vou explicar: Por que tinha mais gente lá dentro do que o permitido? Aumentar o lucro! Por que os seguranças inicialmente barraram a saída das pessoas? Porque achavam que elas não tinham pago a conta! Por que a casa funcionava somente com 1 saída? Porque ter mais de uma aumenta o custo! Ou seja, todas as respostas estão relacionadas a uma só coisa: DINHEIRO!

Vivemos em uma sociedade voltada para o LUCRO imediato e sem medidas. Quanto mais melhor! Percebam que não estou julgando ninguém da tragédia em questão, pois os culpados simplesmente refletem o padrão de pensamento predominante: ganhar dinheiro a qualquer custo. Muito provavelmente, a maioria teria feito a mesma coisa no lugar dos culpados: pensar em como maximizar o lucro do negócio. É fácil apontar o dedo e difícil olhar para o próprio umbigo. Será que não estamos cometendo o mesmo erro em nossos negócios, em nossos trabalhos, em nossas vidas? Infelizmente, os sinais indicam que sim…

E o que isso tem a ver com Educação Financeira? Tudo! A necessidade “infinita” de dinheiro é uma consequência do medo de faltar dinheiro. Vivemos a ilusão de que ter todo o dinheiro do mundo irá suprir todas as nossas necessidades, inclusive a necessidade de ser feliz! Quem tem Educação Financeira sabe que não funciona assim. Algumas conclusões básicas de quem tem Educação Financeira são:

1º) Dinheiro é simplesmente uma ferramenta, assim como um carro ou um martelo. De que adianta ter um carro sem ter nenhum lugar para ir? De que adianta um martelo sem nada para pregar? E de que adianta o dinheiro, sem saber o que se quer realizar?

2º) Sabendo o que se quer realizar, a pessoa conclui que não precisa de dinheiro “infinito”, mas somente o suficiente para garantir a sua realização pessoal, que pode ser muito menos do que achava inicialmente. Afinal, nem todos precisam de 1 fazenda ou 10 carros na garagem para se sentirem realizados.

3º) Há o risco de perder dinheiro no caminho? Sim, porém esse risco pode ser controlado e ainda substituído por um plano alternativo.

4º) O mais interessante: quando a pessoa conquista aquilo que sempre desejou pelo dinheiro (uma boa casa, um bom carro, uma televisão de 60 polegadas…) ela percebe que nada disso faz sentido sozinha, falta uma família ou amigos com quem dividir os momentos juntos! Nesta hora a pessoa enxerga que o que realmente importa NÃO TEM PREÇO!

Esta é a conclusão mais importante deste artigo. A busca incessante por lucro acontece pela total falta de controle sobre o dinheiro que se ganha, fazendo com que sempre seja necessário mais e mais. No momento em que se aprende a ter controle sobre o dinheiro, percebe-se que a parte financeira da vida é simplesmente um apoio para darmos atenção ao que realmente tem valor: AS PESSOAS À NOSSA VOLTA.

Voltando ao exemplo da tragédia, será que se nossa sociedade entendesse este conceito, não haveria maior preocupação com as pessoas lá dentro do que com o lucro que elas estavam gerando? Em nosso dia-a-dia, será que não estamos olhando para nossos clientes somente como potenciais geradores de lucro do que como pessoas que tem necessidades a serem atendidas?

Eu quero um Brasil com mais Educação Financeira!

Já estou cansado de ver o DINHEIRO ganhando dos VALORES HUMANOS.