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Investindo no Tesouro Direto – Parte 4: NTN-B

Para terminar a nossa série de Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto, nosso assunto agora são as Notas do Tesouro Nacional, série B.

Como vimos no texto passado, sobre a NTN-F (Investindo no Tesouro Direto – Parte 3: NTN-F), a principal característica das Notas do Tesouro Nacional é a existência de cupons: valores que são pagos pelo Tesouro Nacional antes do vencimento do título, e são abatidos do valor atual do investimento.

Gráfico de Preços da NTN-B 15/08/2016

E aqui vai a cereja do bolo: depois de passar pela LFT (pós-fixada), LTN e NTN-F (prefixados), chegamos à NTN-B, um título que tem características de pós-fixado e de prefixado, e o qual chamaremos de indexado à inflação.

A rentabilidade da NTN-B é composta por uma taxa prefixada, acrescida da inflação acumulada do período (vale o IPCA, índice de preços oficial do Governo, divulgado mensalmente pelo IBGE).

E é no IPCA que está a parte pós-fixada, uma vez que não sabemos exatamente quanto será o IPCA do período, até que este período esteja completo.

E por que chamo a NTN-B de cereja do bolo? Porque é o único título que, com certeza, terá um rendimento maior que a inflação (se levado até o vencimento)! Afinal de contas, é negociado como a taxa que excede o IPCA (por exemplo, ‘4,50% + IPCA’).

E na hora de investirmos pensando no longo prazo, é muito bom ter algo que lhe pague, no mínimo, a inflação do período, mantendo assim o nosso poder de compra.

Contudo, não podemos nos esquecer de duas coisas: a primeira é que a NTN-B paga cupons semestrais de 6% ao ano (conforme o vencimento do título: 15/02 e 15/08 ou 15/05 e 15/11). E segundo que podemos interpretar a taxa negociada na NTN-B como uma expectativa da taxa de juros real do Brasil para o período. Ou seja, uma diferença entre a taxa de juros nominal (encontrada nas LTN ou NTN-F) e a expectativa de inflação do período.

E mais interessante ainda: se utilizarmos as taxas de uma LTN ou NTN-F e de uma NTN-B de prazos próximos (o ideal seria o mesmo prazo, mas a aproximação já é válida), conseguimos encontrar a expectativa de inflação do mercado para o prazo analisado! O que é uma informação importante para qualquer investidor!

E como fazemos isso? Simplesmente dividindo a taxa de juros nominal pela taxa de juros real (em outras palavras, a taxa prefixada pela taxa da NTN-B). Assim:

E o Tesouro Direto nos dá uma outra ferramenta muito importante: a possibilidade de investir na ‘NTN-B Principal’, que nada mais é do que um título que paga uma taxa acrescida do IPCA, sem os cupons do período. Dessa maneira, não existe o que chamamos de ‘risco de reinvestimento’, que é o fato de que, ao receber o valor de um cupom, provavelmente não será possível aplicá-lo novamente à mesma taxa anterior. Risco esse presente tanto na NTN-B como na NTN-F.

Pra finalizar, podemos ver que os prazos das NTN-B são bastante variados, chegando a quase 40 anos! O que torna este título excelente para a criação de uma poupança para os filhos ou algo para planejar a própria aposentadoria.

Isso significa que este é o melhor investimento de longo prazo? De jeito nenhum. Tanto que, assim como os títulos prefixados, existe a possibilidade de que a rentabilidade seja negativa no período, caso tenhamos, por exemplo, uma forte deflação (queda nos preços ao consumidor), ou um aumento das taxas que são acrescidas ao IPCA, que será refletida na marcação a mercado.

Entretanto, na pior das hipóteses, sabemos que, caso esse título seja levado até seu vencimento, o retorno terá sido maior que a inflação do período, garantindo um ganho real!

Vale lembrar que, assim como a LTN e a LFT, quanto aos cálculos dos preços e taxas, o site do Tesouro Direto disponibiliza um documento com a metodologia utilizada (NTN-F, NTN-B e NTN-B Principal). Recomendo o seu estudo quando já estiver com os conceitos de cada título dominados, e a matemática não lhe pareça um monstro de sete cabeças.

É isso, pessoal. Nossa série de títulos do Tesouro Direto fica por aqui. Com certeza falaremos sobre eles ainda, em outros contextos, no meio de estratégias e com outras abordagens, mas o principal está aqui! Espero que tenham gostado, e que agora tenham mais informações para discernir qual o melhor investimento para cada um de vocês.

Até o próximo post!

 

Planejamento Financeiro Pessoal

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2 pensamentos em “Investindo no Tesouro Direto – Parte 4: NTN-B”

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