A resposta a essa pergunta depende de vários fatores: desde o estilo de vida até o tipo de estratégia que se deseja realizar. Mas ela passa por um ponto central: um gestor de fundo será melhor do que eu na alocação?
Se você tem pouco dinheiro para investir na bolsa e gostaria de ter uma carteira de ações diversificada, a melhor opção para você é um fundo de ações, pois com pouco dinheiro você consegue ter essa carteira. Por outro lado, se você quer comprar a ação de somente uma empresa, a melhor opção é comprá-la diretamente, pois a rentabilidade será melhor do que comprar aquele fundo de só uma ação que sua gerente de conta lhe oferece.
O lado tributário também tem que ser olhado. Para pessoa física, a venda de ações não possui Imposto de Renda desde que a venda de ações dentro do mês seja inferior a R$ 20 mil. Um fundo de ações tem a tributação de 15% sobre os ganhos auferidos na hora do resgate, independente do montante resgatado. Mas o fundo não é tributado nas compras e vendas das ações realizadas na bolsa.
Outro ponto a ser analisado é o tempo que você tem para olhar tudo aquilo que já mencionei nos meus outros posts: montar estratégia, analisar as empresas, setores e cenários, acompanhar mercado das aproximadamente 400 empresas listadas na bolsa de São Paulo. Ao escolher um fundo, o gestor deste realiza todo o trabalho por você e para você.
Além disso, deve-se pensar que tipo de estratégia você se sente mais confortável em atuar na bolsa ou que o seu fundo atue. Há vários tipos de estratégias (e.g., equity hedge, long & short, value investing) e cada uma delas tem um horizonte de prazo distinto. Algumas têm mais risco de mercado e outras têm menos liquidez (facilidade de comprar e vender a ação da empresa). Muitas vezes você não terá tempo, conhecimento ou acesso às empresas para executar a estratégia definida. Nesses casos é muito melhor investir em um fundo.
Outra questão são os custos associados a um fundo, o que nos leva ao ponto que ter um fundo de uma ação só não faz o mínimo sentido. Por outro lado, se o gestor do fundo tem consistentemente superado o benchmark (parâmetro de referência) do fundo, algo muito difícil de se conseguir, inclusive para gestores profissionais, a taxa de performance (custo atribuído ao fundo sobre a rentabilidade que ultrapassar o benchmark, desde que a rentabilidade seja positiva) é uma boa forma de reconhecer o trabalho do gestor e alinhar os interesses dele ao seu.
Boas aplicações!