No artigo de hoje, vamos dar um passo a passo inicial para que você possa se aventurar no site do Tesouro Direto e comprar seus títulos sozinha. Embora a idéia de trilhar o caminho das finanças possa parecer assustadora, posso assegurar que seguindo este roteiro e com um pouco de paciência, você logrará atingir seu objetivo.
Em primeiro lugar, o que significa investir no Tesouro Direto? Quando você compra um título do Tesouro, está na verdade emprestando seu excedente de caixa (o dinheiro que reservou para investir) para o Governo, que por sua vez está financiando sua dívida. O investimento é considerado conservador, dado que proporciona um alto grau de segurança e liquidez.
O ambiente virtual de negociação de títulos públicos federais pode ser acessado no site www.tesourodireto.gov.br. Através deste site, as pessoas físicas compram diretamente estes títulos do governo. E qual a vantagem? Comprando no Tesouro Direto, você investe em renda fixa, e não paga as taxas de administração cobradas pelos fundos de renda fixa oferecidos pelos bancos (e que irão aplicar seu dinheiro nestes mesmos títulos, entre outros). E o investimento mínimo é bem acessível: por volta de R$ 70.
As compras podem ser realizadas todos os dias. Mas as vendas podem ser feitas somente às quartas-feiras, o que vai requerer um certo planejamento financeiro para aqueles que necessitarão resgates: se esquecer de resgatar na quarta, só na quarta-feira seguinte.
Para operar no site, é necessária a intermediação de uma instituição financeira, também chamada de agente de custódia. Para realizar o cadastro, você deverá entrar em contato diretamente com a instituição escolhida, preencher os formulários e providenciar a documentação. A lista dos agentes habilitados encontra-se no link https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/instituicoes-financeiras-habilitadas. Nesta mesma página você poderá acessar o ranking das taxas cobradas por estas instituições. Neste ponto, preste muita atenção: as taxas cobradas anualmente variam, de zero a 2%. Os interessados devem se informar com o Agente de Custódia sobre as taxas e o tipo de suporte que este oferece (como por exemplo, se dá suporte pelo telefone ou internet). Você deverá encontrar o seu banco entre os agentes. Verá que normalmente eles cobram as taxas mais altas.
Além da taxa do agente, é cobrada uma taxa fixa de 0,3% ao ano sobre o valor dos títulos, pela BM&FBOVESPA, relativa à prestação dos serviços de guarda dos títulos, informação de saldo e movimentação dos investimentos. Esta taxa é para todos, você não pode escapar.
Quanto aos impostos (dos quais você também não pode escapar!), assim como para os outros investimentos em renda fixa, incide IOF para aplicações com prazo inferior a 30 dias, e o IR é aplicado com alíquota decrescente de acordo com o prazo de permanência dos recursos na aplicação, a saber:
- 22,5% até 6 meses
- 20% de 6 a 12 meses
- 17,5% de 12 a 24 meses
- 15% acima de 24 meses
O site do Tesouro é bastante didático e repleto de informações. Vale uma análise cuidadosa! Sua compreensão irá aumentar, inclusive no tocante aos temas mais complexos como rentabilidade, variações de preço etc. Mas também sugiro a leitura dos seguintes artigos do Camilo Cavalcanti Jr, do QI Financeiro:
http://qifinanceiro.com.br/investindo-no-tesouro-direto-parte-1-ltn/
http://qifinanceiro.com.br/investindo-no-tesouro-direto-parte-2-lft/
http://qifinanceiro.com.br/tesouro-direto-ntn-f/
http://qifinanceiro.com.br/investindo-no-tesouro-direto-parte-4-ntn-b/
Assim você poderá comprar e vender títulos com naturalidade, assim como discutir com o gerente do seu banco sobre a possibilidade de inclusão deste investimento no seu portfolio.
2 pensamentos em “Aplicando no Tesouro Direto: o caminho das pedras”
Para valores baixos qual seria o mais adequado?
Olá Erica. A escolha do título não vai depender do valor a ser aplicado, desde que este valor alcance o mínimo estipulado pelo Tesouro Direto. Para escolher o título, você deve determinar quanto tempo você pretende deixar o dinheiro aplicado. Portanto, preste atenção às datas de vencimento. Se pretende deixar mais tempo, opte pelas datas mais distantes, que são também os títulos que apresentam maior rentabilidade.
Outro ponto a ser observado na escolha é o seu perfil de investidora. Os títulos apresentam algumas variações entre si. Quanto à rentabilidade, esta pode ser:
•prefixada – os juros a serem pagos são integralmente definidos no momento da compra. Independente do que ocorra com a inflação, esta será a sua remuneração.
•pós fixada – a rentabilidade é vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros que são definidos no momento da compra.
Sugiro que entre no link abaixo e responda as questões apresentadas. O próprio sistema indicará qual o título mais adequado para seu perfil.
http://www3.tesouro.gov.br/tesouro_direto/perfil_…
Bons investimentos!