Nos EUA, a expectativa de vida é de 80,8 anos para mulheres, e de 75,7 anos para os homens (dados de 2010). Uma pesquisa realizada neste país me chamou a atenção. Embora sejam dados importados, leva a sérias implicações e vale pensar a respeito!
Um levantamento da Sociedade de Atuários, com 1,6 mil pessoas entre 45 e 80 anos mostrou que, tomando a expectativa de vida como base:
- 40% deles subestimam sua provável longevidade em cinco anos ou mais.
- 20% a subestima em 2 a 4 anos.
Ainda, a Agência de Seguridade Social dos EUA afirma que, para um casal com saúde acima da média, existe uma chance de 60% de que o marido ou a mulher cheguem aos 90 anos de idade.
Aqui no Brasil, pelos dados de 2012, nós mulheres estamos vivendo em média até os 78 anos, enquanto os homens chegam a 71.
Embora o fato da expectativa de vida das pessoas estar aumentando ser conhecido por todos, a grande maioria subestima a importância do assunto, e não está se preparando financeiramente para estes acréscimos de anos a serem vividos. Se você chegar aos 78 anos, mas não poupou o suficiente para manter o nível de vida desejado até esta idade, passará por grandes dificuldades nos últimos anos de sua vida. Nos quais seria importante ter tranquilidade, e uma folga de dinheiro para prováveis aumentos de gastos com saúde. E o pior desta história: uma eventual dificuldade financeira recairá sobre seus filhos de alguma maneira. Você já não viu este filme? Certamente conhece alguém que passa ou passou por isso.
No Brasil, diferentemente de outros países, é cultural a crença de que os pais idosos podem e devem contar com a ajuda dos filhos. Uma vez, visitando um casal de amigos já mais idosos na França, eles nos levaram a conhecer a casa de repouso onde morariam quando não pudessem mais se manter sozinhos em sua casa. Estava tudo planejado, estruturalmente e financeiramente! Sabemos que a previdência do Governo na França favorece o planejamento (pelo menos até agora). No Brasil, não podemos contar com a pensão do INSS para manter nosso nível de vida após a aposentadoria. Por isso nosso trabalho é mais árduo – e há muito trabalho a ser feito!
Vejo diversas propagandas incentivando os pais para que façam investimentos para garantir o futuro de seus filhos. Fora uma boa educação – para que eles possam garantir, no seu momento, o seu próprio futuro – não tenho dúvidas em afirmar que a melhor herança que podemos deixar para nossos filhos é nossa própria independência financeira na velhice. Comecemos já a nos planejar!
