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Seu dinheiro está na caixa preta?

Com a intenção de entender melhor o comportamento das pessoas com relação a dinheiro, repito uma pergunta para conhecidos e amigos, quando tenho a possibilidade de conversar sobre investimentos: você sabe onde seu dinheiro está aplicado e quanto está rendendo?

Sim seria para mim a única resposta aceitável – afinal, trata-se do próprio dinheiro! Veja que não perguntei se a pessoa sabe avaliar se fez um bom investimento – o que iria requerer um pouco mais de pesquisa e conhecimento (seria bom se as pessoas soubessem isso também…).

No entanto… as respostas têm me chocado! Uma grande parte das pessoas não sabe o básico com relação ao destino que estão dando para seu dinheiro. Me comentam:

– “Conversei com o gerente do banco, que me recomendou uma aplicação.”

– “Qual? Quanto rende?”

– …

Vácuo, como dizem meus filhos.

Quando o dinheiro está na poupança, fica fácil dizer onde está. Isso explica, juntamente com a ideia arraigada de que poupança é a aplicação mais segura, a preferência nacional por este tipo de investimento. Mas dificilmente se conhece o rendimento do mês. A pessoa não sabe nem se rende mais que a inflação! Sabe que rende pouco, mas tudo está rendendo pouco… E deixa prá lá. Tudo bem que, para pequenas quantias e no curto prazo, a irracionalidade tem lá algo de razão – talvez não seja quantia suficiente para justificar grandes questionamentos. Mas vale aqui uma observação sobre a segurança – é a mesma que para outros investimentos que rendem mais.

Muitos têm aplicações no CBD – caminho fácil para o gerente, recomendar um CDB do banco para o cliente. Ainda mais fácil quando a única pergunta que o cliente faz é: “Vale a pena?”. “Vale”. Assunto encerrado.

Percebi que para a maioria das pessoas com as quais converso, os fundos estão para os investimentos assim como o grego está para os idiomas. Se eventualmente o dinheiro da pessoa está aplicado num fundo, normalmente não se sabe em qual, quanto está rendendo, e muito menos para que ativos o dinheiro do fundo é direcionado. Quando a pessoa tem um fundo de previdência, ela não sabe a opção tributária que fez (progressiva ou regressiva?); alguns (poucos, ainda bem!) não sabem me dizer se têm PGBL ou VGBL!

Esta situação que diagnostiquei em conversas informais me leva a algumas conclusões.

A primeira é que as pessoas definitivamente têm um bloqueio quando o assunto é dinheiro – o tema parece tão assustador, que num pré-julgamento, as pessoas se acreditam incapazes de dominá-lo, e se acomodam terceirizando decisões importantes. Uma vez adotada esta postura, melhor não pensar muito sobre ela – questionamentos podem levar a conflitos, que por sua vez a levam a pessoa a sair da zona de conforto, o que leva a mais conflitos… problemas a vista!

A segunda conclusão é que as pessoas confiam sem restrições no gerente do banco (o que também faz parte da postura de acomodação). Não chegam a formular o importante questionamento: será que os interesses do gerente do banco coincidem sempre com os meus? Não duvido que o gerente tente oferecer ao cliente alguma boa opção de investimento. Mas sei que, além destas opções serem limitadas aos produtos comercializados por este banco em particular, ele muitas vezes tem metas a serem batidas – como qualquer outro vendedor.

E aí, qual a solução? Chama-se EDUCAÇÃO FINANCEIRA! Temos que nos apropriar do conhecimento – só ele vai nos colocar na zona de conforto para fazer as escolhas realmente adequadas. Que sensação de liberdade você vai ter quando puder formular todas as perguntas que quiser, e entender as respostas dadas pelo seu gerente, de maneira a discutir de igual para igual. Afinal, seus investimentos não devem estar na caixa preta!

 

Planejamento Financeiro Pessoal

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