Construindo a Consciência Financeira Familiar
Quando se fala em educação financeira, logo vem na mente muitos livros, estudos, planilhas, cálculos e mais algumas sopas de letrinhas do mercado financeiro… o que para muitas pessoas isso pode não soar tão animador. E quando falamos em consciência financeira, certamente é algo ainda mais inatingível ou não tão claro de dizer o que realmente é e/ou como conquistar para nossa família.
Em tempos onde temos o privilégio, (vendo o lado positivo do momento) de estarmos muito mais próximos de quem amamos, alguns assuntos se tornam mais latentes e que nos instigam a dar um outro olhar.
Assim vejo, o que vem acontecendo com muitas famílias, buscando o desejo de inserir no seu dia a dia a tal da Educação Financeira. Certa vez em uma conversa, uma mãe me perguntou qual seria o momento ideal para falar de finanças com a filha, que até então estava com apenas 3 anos. Minha resposta foi sem dúvida: Não há o momento certo, mas sim o hoje, o sempre, desde quando nossos filhos ainda estão sendo gerados. Pois a educação financeira, que por sinal, eu defendo que a educação no geral, deva vir pelo exemplo.
E então você pode me perguntar: Ok, mas afinal o que eu devo fazer?
E minha resposta é: Se permita uma auto-observação e dê uma nota de como tem sido sua vida financeira, pois o exemplo que será passado para os seus filhos está nas suas atitudes, ações e comunicações sobre o dinheiro que fazemos diariamente, sem que ao menos percebamos.
Um exemplo bem comum: Pais que reclamam que estão pagando mais um boleto, que tem que trabalhar muito duro para pagar as despesas da família, que tudo está caro, que não tem dinheiro ou mesmo usam aqueles jargões tão conhecidos na nossa cultura: “Dinheiro não dá em árvore!” ou “Dinheiro é sujo”! “Ah se eu não trabalho, as contas não se pagam sozinhas!”, dentre tantas outras.
Dessa forma, sem que percebamos estamos criando crenças limitantes sobre o dinheiro para os nossos filhos, que poderão vivenciar algumas dificuldades com dinheiro na vida adulta também. Ou seja, uma comunicação falha.
Entendo que os pais têm o dever de ajudar os seus filhos na educação financeira, de uma forma mais leve e lúdica. Não dá para imaginar a cena: “Filho(a), vamos agora sentar e estudar finanças, tá bom!?” Isso certamente não daria muito certo, mas adaptando na linguagem da criança e assuntos como este sendo inseridos naturalmente no dia a dia, já conseguimos introduzir muitos conceitos importantíssimos para os nossos pequenos e para nossa família como um todo.
Um grande exemplo disso é sobre essa auto-observação que citei anteriormente. Nós como pais, nos policiando para trazer uma comunicação mais assertiva e vivenciando de fato o cuidado com nossas finanças, certamente já vamos conseguir alinhar melhor nossa comunicação com eles, pois as crianças tendem a ter um espelhamento dos pais (O que veem, ouvem e experimentam). Veja como é importante a postura entre pais e filhos!
Usar estratégias de acordo com cada idade, seja fazer o uso do cofrinho com os menores, explicando que para guardar um dinheiro temos que ter um objetivo por trás, conceito este que utilizamos na estratégia de investimentos, ou até mesmo o uso da mesada para os maiores, ensinando na prática o uso adequado de um orçamento e fluxo de caixa. Assim como, a ida as compras no supermercado, incentivá-los a montarem a lista com os itens necessários, comparação de preços e comprando somente o planejado. Sempre na linguagem deles e com muita diversão.
Uma outra maneira de trabalharmos a educação/consciência financeira é inserir toda a família para discutir os projetos de vida de cada um individualmente e da família no geral. Como por exemplo o planejamento da próxima viagem de férias, imagina o quão divertido possa ser essa conversa, além de ser uma grande oportunidade de conhecermos mais quem amamos, entendendo mais sobre os sonhos de cada um e o melhor de tudo, podendo dar esse olhar para o planejamento de vida!
Afinal, educação financeira pode sim ser mais leve e com mais significado!
E qual o exemplo que você está passando para os seus filhos!?
